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Já tudo foi dito uma vez, mas como ninguém escuta é preciso voltar a dizer!
"César está a ganhar
5 de Abril de 2010
Quanto a nós - não-católicos como católicos - pedimos exactamente o mesmo à igreja que pediríamos a qualquer outra instituição: QUE NÃO BRANQUEIE OS CRIMES E QUE ENTREGUE OS CRIMINOSOS.
A recente polémica sobre a pedofilia na igreja representa um estágio - porventura final - de algo que começou há duzentos e cinquenta anos: o processo de fazer da igreja uma instituição igual às outras, dentro do Estado. Identificar esse processo, bem claro no mundo católico quando Roma passou a ser a capital de um Estado italiano e o Vaticano uma cidade-estado ainda que com atribuições "espirituais", não implica concordar ou discordar dele. Mas implica reconhecer que ele está para lá das fronteiras da "comunidade dos crentes" e que nos implica a todos enquanto comunidade politicamente organizada.
Enquanto pessoa irreligiosa, eu não tenho de ter opinião sobre quem pode ser bispo, tal como não tenho de ter opinião sobre quantos devem ser os sacramentos. Se tiver opinião, sei que será sempre uma opinião sobre um clube que não é o meu.
Como é evidente, porém, eu passo a ter opinião sobre um assunto "meu" quando as regras ou os hábitos de uma igreja (ou de um clube fechado, ou de um partido) têm efeitos sobre a sociedade em torno. Passo a ter opinião - em certa medida, tenho obrigação de ter opinião - quando vejo o trabalho de uma igreja contra a pobreza, o racismo. Passo a ter opinião quando vejo como a igreja dificultou o combate à sida, provocando indirectamente (contas por baixo) milhares de mortes desnecessárias.
E como se aplicam estas fronteiras no caso da pedofilia? Da seguinte forma: as minhas opiniões, por bem-intencionadas ou desinteressantes que sejam, não têm grande peso na questão de saber se o celibato deve ou não ser mantido. Essa é uma questão de "dentro da casa".
Mas os abusos propriamente ditos não são nunca uma questão de "dentro da casa", desde logo porque se passaram com menores, e os menores, pela sua situação de vulnerabilidade e de falta de autonomia, devem ser abrangidos por uma espécie de preocupação colectiva pelo seu bem-estar actual. Essa preocupação colectiva é a de que aquelas crianças venham a poder ser adultos felizes no futuro, e essa preocupação é igual para católicos ou não católicos.
É por isso que nesta polémica eu me sinto muito próximo de católicos que dizem basicamente o seguinte: toda a conversa sobre pecado e arrependimento é muito interessante, mas é no mínimo desadequada e no máximo ofensiva das vítimas. O que nós queremos é que a instituição - qualquer instituição - não encubra crimes e entregue imediatamente os criminosos à justiça. E essa justiça terá de ser aquela que julgaria qualquer outro pedófilo e abusador.
Também por isso me sinto muito distante daqueles - incluindo agnósticos conservadores, que têm um reflexo defensivo em relação às instituições conservadoras em geral - que fazem de tudo para contornar esta questão central: atacar a imprensa, comparar a pedofilia dentro e fora da igreja, entrar em análises de vaticanologia aprofundada, fazer leitura a vários níveis de discursos vagos e evasivos de bispos e papas. Basicamente, incorrer naquilo de que acusam os irreligiosos como eu: preocuparem-se com o que não lhes diz respeito para fugir ao resto.
Quanto a nós - não-católicos como católicos - pedimos exactamente o mesmo à igreja que pediríamos a qualquer outra instituição: que não branqueie os crimes e que entregue os criminosos.
Claro que, ao fazê-lo, a igreja perderia definitivamente o seu "foro privativo". Não tanto porque César - o Estado - ganhou. Mas antes porque ela perdeu, agora dentro de casa, a autoridade que já tinha perdido fora.
Historiador. Deputado independente ao Parlamento Europeu pelo BE (http://twitter.com/ruitavares)"
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